segunda-feira, 31 de janeiro de 2022

Prof.ª ou Profª.? Afinal, qual a abreviatura correta de "professora"?

Essa dúvida me atormentou por muito tempo, porque já vi a abreviatura de professora ser escrita das duas formas, inclusive por professoras de Língua Portuguesa. Afinal, a abreviatura de professora deve ser escrita com o ponto antes ou depois da letra "a" sobrescrita (ª)?

Durante minha pesquisa para encontrar a resposta, percebi que essa questão das abreviaturas não é tão clara e consensual quanto eu gostaria. Finalmente, a referência para embasar uma resposta segura veio da Academia Brasileira de Letras:

A abreviatura de professora é Prof.ª ou prof.ª.
Exemplo: Prof.ª Mariane Bach.

Essa letra pequena que aparece no final das abreviaturas chama-se letra superior ou letra sobrescrita. Na ortografia da nossa língua, ela representa a última letra da palavra original e vem escrita depois do ponto abreviativo. 

Dr.ª = doutora
Ex.ª = excelência
Eng.º = engenheiro

Sendo assim, vale lembrar que a abreviatura de professor é prof. e não prof.º, pois a palavra professor termina com a letra "r" e não com a letra "o".

Em outros sites e em diferentes textos que circulam pela internet, encontrei abreviaturas diversas para as palavras "professora" e "doutora" as quais não utilizam a letra sobrescrita (ª), como em Profa. e Dra. No entanto, não é minha intenção abordar todas as possibilidades aqui, pois não encontrei respostas suficientemente esclarecedoras (de fontes 100% confiáveis) para dar uma "martelada final". O que eu quero deixar claro, por enquanto, é que quando a letra sobrescrita é utilizada, como em prof.ª, o ponto abreviativo deve vir antes dela. 

Além disso, é interessante destacar que eu acho esteticamente mais agradável manter apenas um padrão de escrita no seu texto. Assim, se você escrever na capa de um trabalho acadêmico a abreviatura de "professora doutora", opte por Prof.ª Dr.ª Maria da Silva ou Profa. Dra. Maria da Silva, em vez de Prof.ª Dra. Maria da Silva.


Bibliografia consultada:

1 https://www.academia.org.br/nossa-lingua/reducoes

2 https://ciberduvidas.iscte-iul.pt/consultorio/perguntas/abreviaturas-de-titulos-academicos/29929

3 http://www.nilc.icmc.usp.br/nilc/minigramatica/mini/usodeabreviaturas.htm#:~:text=Substantivos%20masculinos%20terminados%20em%20consoante,%C2%AA%22%20(professora).

4 https://duvidas.dicio.com.br/abreviacao-de-professor-e-professora/#:~:text=As%20abreviaturas%20com%20o%20ponto,atuais%2C%20sendo%20as%20mais%20utilizadas.

O livro mais bonito do mundo: "O filho de mil homens" de Valter Hugo Mãe

Esse é o livro mais bonito do mundo. Certamente alguém dirá: "E você já leu quantos livros para afirmar isso, minha caríssima? Por acasou visitou Cervantes, Shakespeare, Saramago e a China toda?". E eu responderei: não é preciso ler mais do que um único livro para saber que é o livro mais bonito do mundo, pois não se trata de uma pesquisa ou análise, mas de um sentimento. Eu mesma, sendo devota de Calvino e García Márquez, já li alguns livros e a cada vez concluí, de forma única e indubitável, que se tratava do livro mais bonito do mundo.

Mas o que eu quero mesmo contar é que li "O filho de mil homens" e eu não queria que acabasse, queria que continuasse para sempre, mas não havia mais páginas para virar. E agora eu tenho que dizer para todas as pessoas do mundo que todas as pessoas do mundo precisam ler esse livro.

Nessa obra, Valter Hugo Mãe narra a história de personagens cujas vidas se entrelaçam pela solidão e pelo amor, na invenção de uma nova família, pouco convencional. A história inicia com Crisóstomo, um homem que chega aos 40 anos e se vê triste por não ter um filho. Sua vida começa a mudar quando ele adota Camilo, orfão de uma anã. A partir daí conhecemos as dores, os conflitos e os desejos de muitos personagens: Isaura, Matilde, Antonino, Rosinha, Gemúndio e outros.

Na simplicidade do cotidiano desses personagens mora a beleza da escrita de Mãe, em que cada frase é construida como se carregasse em si a poesia e o encanto para uma vida inteira.

O leitor e a leitora de literatura sabem que ler livros não se trata somente de conhecer uma história, pois, se assim fosse, os resumos nos bastariam. Ler é uma experiência que passa pelo cuidado com a linguagem, em que não importa apenas o que é dito, mas como é dito. Ler é um ato de suprema humanidade, já que apenas nós podemos fazê-lo. O ser humano mora na palavra. Então, penso que uma casa bonita se constrói com poesia.



MÃE, Valter Hugo. O filho de mil homens. 2. ed. São Paulo: Biblioteca Azul, 2016. 224 p.

domingo, 30 de janeiro de 2022

Apresentação

Olá, pessoas!
Criei este blog para escrever e dialogar sobre:

• Língua Portuguesa;
• Gramática;
• Literatura;
• Livros;
• Educação;
• Práticas de sala de aula.

Eu acredito no poder transformador da educação, por isso me tornei professora. Sei que compartilhar o conhecimento é fundamental, pois livros, apostilas e informações não fazem nada sozinhos. Para existir, o conhecimento precisa ser acessado, apreendido e discutido pelas pessoas. Apenas assim manteremos vivo o seu valor, que está, justamente, na capacidade que tem de modificar a vida para melhor. Ademais, partilhar saberes estimula minha própria vontade de aprender, de buscar informações de qualidade e de evoluir profissionalmente. Como alguém disse certa vez: o conhecimento é uma riqueza que aumenta quando é dividida.

Sua interação é muito bem-vinda!